O Met Gala, evento tradicional beneficente promovido pelo Museu Metropolitano de Arte, em Nova York (EUA), acontece nesta segunda-feira (05/05). A festividade terá a presença de Lewis Hamilton, piloto da Ferrari, da Formula 1, do jogador de basquete LeBron James, dos Los Angeles Lakers, e de outros nomes do esporte.
O tema do Met Gala 2025 é ligado à exposição do Costume Institute que, neste ano, é chamada "Superfine: Tailoring Black Style" (Superfino: alfaiataria do estilo negro). Essa é a primeira exposição do Costume Institute em mais de duas décadas que é focada exclusivamente em moda masculina. É inspirada no livro "Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity", de Monica L. Miller, de 2009.
O livro fala sobre um movimento cultural e estético intitulado "Dandismo Negro". Segundo o Met, a exposição focará na "importância do estilo para a formação de identidades negras na diáspora atlântica, particularmente nos Estados Unidos e na Europa".
Lewis Hamilton e Lebron James são copresidentes do evento. Também são copresidentes Pharrell Williams (cantor), Colman Domingo (ator) e A$AP Rocky (cantor).
Além de Lewis Hamilton e Lebron James, outros nomes do esporte aguardados no evento são Simone Biles (ginasta), Angel Reese (jogadora de basquete), Jonathan Owens (jogador de futebol americano) e Sha'Carri Richardson (velocista).
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Met Gala 2025: o que é o Dandismo Negro?
O Dandismo Negro (ou Black Dandyism) é um movimento cultural e estético que combina elegância, sofisticação e estilo com uma profunda carga política e histórica. Ele tem raízes na resistência negra à opressão colonial e escravista, e se expressa principalmente por meio da moda como forma de afirmação de identidade, poder e subversão de estereótipos raciais.
Origem e Significado:
Dândi (ou dandy) é um termo surgido na Europa do século XIX para descrever homens (geralmente brancos e ricos) extremamente preocupados com aparência, refinamento e modos elegantes.
O Dandismo Negro reapropria essa estética, mas com um contexto radicalmente diferente: homens negros — muitas vezes ex-escravizados ou marginalizados — usavam roupas finas como um ato de resistência, subvertendo a imagem do negro como subalterno e reafirmando sua dignidade.
Elementos principais:
Moda requintada: alfaiataria impecável, tecidos nobres, cores marcantes, acessórios elegantes.
Afirmação cultural: combina elementos da moda europeia com símbolos africanos ou afro-diaspóricos.
Resistência estética: o visual refinado desafia estereótipos raciais e sociais.
Performance e orgulho racial: a imagem é cuidadosamente construída como uma forma de arte e ativismo.
Exemplos históricos e contemporâneos:
O movimento Sapeur no Congo (com os SAPE — Société des Ambianceurs et des Personnes Élégantes), onde homens se vestem com extrema elegância em ambientes pobres como forma de orgulho e identidade.
Figuras como Frederick Douglass (ativista afro-americano do século XIX), o músico Duke Ellington, e artistas atuais como Jidenna e Billy Porter, que evocam o dandismo negro em suas aparições públicas.
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