Envolvido em uma série de polêmicas recentes, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, "está por um fio" de perder o cargo. Segundo uma reportagem do "Portal LeoDias", publicada nesta segunda-feira (05), o dirigente de 71 anos perdeu o apoio do STF (Supremo Tribunal Federal), em especial do ministro Gilmar Mendes, que vinha sendo fundamental para sustentação do mandato do baiano à frente da Confederação Brasileira de Futebol.
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Além disso, de acordo com a reportagem, um acordo que varreu para debaixo do tapete supostas irregularidades de Ednaldo Rodrigues à frente da CBF tem uma assinatura falsificada, o que poderia invalidar o mandato do dirigente e causar uma série de efeitos, como a remoção do mandatário do cargo.
A ligação de Ednaldo Rodrigues com o STF
A STF estaria profundamente irritado com com a exposição das ligações entre ministros e Ednaldo Rodrigues, o que caiu como uma bomba na opinião pública.
Ednaldo Rodrigues assumiu a CBF em 2021 de forma interina, quando Rogério Cabloco foi afastado por assédio moral e sexual a uma funcionária, e se elegeu de forma definitiva em março de 2023. No entanto, em dezembro daquele ano, também foi afastado. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro apontou irregularidades na eleição do baiano. O processo alcançou o STF e caiu nas mãos de Gilmar Mendes.
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No entanto, desde agosto de 2023, Gilmar Mendes tem relação direta com a CBF. Ele é sócio e fundador Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), que na época, tornou-se parceiro da CBF Academy, braço da Confederação que oferece diversos cursos relativos à indústria do futebol.
Segundo a "Piauí", o IDP passou a gerenciar os cursos e ficar com 84% da receita da CBF Academy, estimada, em 2023, em 9,2 milhões de reais. O restante, 16%, ficava com a CBF.
Ou seja, Gilmar Mendes, com clara ligação a Ednaldo Rodrigues, poderia ter se afastado da ação contra o dirigente no STF, mas não o fez, e devolveu o parceiro de negócios à presidência da CBF. No voto, ainda criticou a ação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. IDP e CBF Academy seguem com a parceria até hoje.
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Assinatura falsa de Coronel Nunes
Além da perda do apoio do STF, Ednaldo Rodrigues tem outra bomba para administrar. Segundo o "Portal LeoDias", foi forjada a assinatura de Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes em um documento que garantiu a continuação do atual mandato de Ednaldo Rodrigues na CBF.
Os dirigentes Rogério Caboclo, ex-presidente da CBF, os ex-vice-presidentes Fernando Sarney, Antônio Carlos Nunes, Gustavo Feijó e Castellar Neto e a Federação Mineira de Futebol haviam tomado uma série de medidas judiciais com denúncias sobre ilegalidades em assembleias realizadas por Rodrigues em 2022 que alteraram o estatuto da CBF.
Acordo que garantiu continuidade de Ednaldo pode ser invalidado
No entanto, um acordo assinado entre as partes homologado pelo Ministério Público em janeiro de 2025 deu fim a todos os litígios que poderiam atrapalhar o fim do primeiro mandato definitivo de Ednaldo Rodrigues, até 2026 (o presidente já foi reeleito para um segundo mandato até 2030).
Porém, o "Portal LeoDias" revelou que um laudo técnico pericial confirmou que a assinatura do Coronel Nunes no acordo foi falsificada. As suspeitas começaram pois, meses antes da suposta assinatura, Nunes foi declarado incapaz em processo relacionado a sua aposentadoria militar.
Segundo o laudo assinado pelo neurologista Jorge Roberto Pagura, atesta que o dirigente sofre de “ataxia com piora no déficit cognitivo”.
Fontes ouvidas pelo "portal LeoDias" afirmaram estranhar o acordo assinado por Coronel Nunes, que, há um bom tempo, apresenta quadro de déficit de cognição em função da idade avançada e de problemas de saúde. Há muitos anos, é sabido no meio do futebol que quem responde por ele é uma das filhas filha e a esposa.
"Fontes próximas à família relatam que, há anos, Coronel Nunes enfrenta sérias dificuldades cognitivas e não consegue realizar atividades cotidianas sem o auxílio da esposa e de uma das filhas", diz a reportagem.
Desta forma, o documento assinado por Nunes e outros dirigentes pode ser anulado, abrindo caminho para invalidação das eleições de 2022 e 2025 e, assim, a retirada de Ednaldo Rodrigues do comando da CBF.