O projeto do segundo estádio do Botafogo pode sair do papel, mas ainda está em fase inicial. De acordo com o CEO da SAF do Fogão, Thairo Arruda, existe negociação para um local de até 30 mil torcedores na Barra da Tijuca.
- Desde o ano passado estamos avaliando terrenos e condições, não há nada de novo. Não adquirimos terreno algum, não trocamos papeis com a Prefeitura e não definimos o local. Entendo a ansiedade de todos com o tema, mas é algo muito embrionário ainda -, disse Arruda.
Na noite da última segunda-feira (07/07), houve a informação de que a compra foi fechada no mês de abril, realizada pelo empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, por um valor estimado entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões. A área pertenceria a uma tradicional família carioca, que preferiu manter o nome preservado.
A localização exata do terreno seria na região do Rio dos Passarinhos, na Barra da Tijuca, próximo ao Parque Olímpico e ao Riocentro, onde já existe um projeto desenhado para a construção da nova arena alvinegra.
Agora, porém, com o recuo da SAF do Botafogo, é possível que haja uma demora para que o projeto saia do papel.
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Ainda segundo as informações preliminares, a arena seria preta por fora, com escudos do Botafogo espalhados pela fachada. A obra, quando concluída, também terá um hotel, que será praticamente de frente para o estádio. O clube pretende obter receitas com ele, pois estará em um local de grande interesse.
Novo estádio do Botafogo: capacidade de público
A nova arena, pretendida pela SAF do Alvinegro, teria capacidade entre 25 mil e 30 mil torcedores, com gramado retrátil, e será construída com o conceito de "caldeirão", ou seja, sem pista de atletismo e com arquibancadas coladas ao campo - um dos sonhos de Textor desde que assumiu o futebol do Botafogo. A ideia é replicar o modelo de estádios como o Selhurst Park, do Crystal Palace, na Inglaterra, que tinha o norte-americano como um dos administradores até o fim de junho.
Além do futebol, o espaço será projetado para se tornar a maior casa de shows da América Latina em número de eventos por ano. A estrutura será modular, inspirada no Estádio 974 do Catar, o que deve acelerar a construção. A expectativa é que as obras levem de dois a três anos para serem concluídas.
O novo estádio receberia jogos do time masculino, porém as partidas com maior demanda de público serão no Estádio Nilton Santos, que está sob comando do Alvinegro até 2031, com prioridade de renovação de contrato para o Glorioso até 2051. O estádio da Barra será a casa principal do futebol feminino e das categorias de base do Botafogo.
A construção terá o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, em uma parceria que inclui o prefeito Eduardo Paes. O projeto prevê, inclusive, a implantação de uma nova linha de metrô até a região, com foco na mobilidade urbana.
A ideia de construir uma nova arena surgiu da frustração de Textor com as limitações impostas no Nilton Santos, que pertence ao município. Em 2024, o empresário revelou o desejo de remover a pista de atletismo do estádio, mas teve o pedido vetado pela Prefeitura. Segundo ele, não é viável investir pesadamente em um equipamento que não pertence ao clube.
– Não controlamos o estádio, não temos o direito de remover a pista. Temos bastante liberdade para fazer coisas menores, mas esse tipo de investimento envolve engenharia significativa. Não posso me dar ao luxo de investir em um ativo que pode ser tirado de nós – disse Textor, em julho de 2024, entrevista ao site "ge.com".
Em março deste ano, o CEO do Botafogo, Thairo Arruda, afirmou que 2025 seria um ano de avanços na área estrutural do clube. Em entrevista ao canal "SporTV", ele reforçou que os projetos do novo estádio e do novo centro de treinamento estavam em pauta.
– A gente não vai abandonar nunca o projeto esportivo, esse é o nosso carro-chefe. O Botafogo sempre vai buscar ser competitivo e vencer todas as competições que disputar. Esse é o nosso foco, mas esse é o ano que a gente quer começar a desenvolver as infraestruturas do clube que estão bem defasadas. E claro que as obras de CT e obras do "estádio 2" são de longo prazo, que demoram um, dois ou três anos – comentou Thairo.
A escolha da Barra da Tijuca segue o desejo da SAF de instalar a arena em uma região em expansão, com fácil acesso por transporte público. Desde 2023, o clube vinha avaliando terrenos nas regiões da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes.
O Botafogo e nem John Textor se pronunciaram sobre as notícias que saíram nesta segunda-feira (07/07).
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