O jornal francês "L'Equipe" publicou uma reportagem nesta segunda-feira (07/07), na página 18 de sua edição impressa, que trouxe supostas ligações entre as finanças do Lyon e do Botafogo, ambos os clubes controlados por John Textor e parte da Eagle Holding. A nota, assinada pelos jornalitsas Régis Dupont, Joël Domenighetti e Hugo Guillemet, detalha como Textor teria usado os cofres do Lyon para bancar os custos do Botafogo.
Como foi reportagem do L'Equipe sobre Lyon e Botafogo
De acordo com o "L'Equipe", o último balanço financeiro do clube francês apresenta gastos referentes a contratações feitas para o clube carioca. Foram gastos 91,7 milhões de euros com Luiz Henrique, Igor Jesus e Jair Cunha, atletas que defenderam o Botafogo e sequer foram para o Lyon. Luiz Henrique acertou com o Zenit, da Rússia, ao sair do Alvinegro. Já Igor Jesus e Jair Cunha partiram para o Nottingham Forest, da Inglaterra.
Um ponto que "não fecha" na citação sobre Igor Jesus é que o atleta foi contratado pelo Botafogo de graça, já que ele assinou pré-contrato quando estava com vínculo acabando no Shabab Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos.
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A matéria também mostra que equipe francesa teria pago salários de 54 jogadores, mesmo com o Lyon tendo apenas 30 atletas no elenco.
A SAF do Botafogo ainda não publicou o balanço do ano passado, o que deixa todas essas questões abertas. O documento deveria ter sido divulgado até o fim de abril. O Alvinegro e nem John Textor se pronunciaram após a matéria. Nos bastidores, Textor vê seus clubes como integrados, inclusive financeiramente. Além de Lyon e Botafogo, o RWD Molenbeek, da Bélgica, faz parte da Eagle.
A reportagem foi publicada com o título "Ansioso para quinta-feira", data em que o Lyon será julgado em última instância pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga de Futebol Profissional da França (LFP) sobre suas finanças. No dia 24 de junho, o órgão controlador rebaixou o clube para a segunda divisão por conta de "má situação financeira". O clube já havia sido proibido de contratar na janela de transferências de janeiro.
Depois do julgamento do dia 24 de junho, o Lyon recorreu e John Textor decidiu se afastar da presidência do clube, após protestos de torcedores. Em paralelo, o Lyon conseguiu comprovar sua viabilidade financeira junto à UEFA e a entidade afirmou que vai autorizar a disputa da Liga Europa desde que não aconteça o rebaixamento na França.
Quem é presidente do Lyon agora?
A presidência do Lyon agora está com Michele Kang, acionista minoritária da Eagle Football e parte do Conselho de Administração do Lyon desde 2023, além de acionista majoritária do time feminino do Lyon, rebatizado como OL Lyonnes. Textor, porém, segue como dono majoritário do clube francês.
A Eagle, com Textor na liderança, comprou 77,49% do Lyon em novembro de 2022. O valor girou em torno de 800 milhões de euros.
Na véspera do dia 24, Textor tinha vendido seus 45% de ações que possuía do Crystal Palace, da Inglaterra, por 222 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão). O comprador foi Woody Johnson, proprietário do time de futebol americano New York Jets. No entanto, o DNCG ainda exigiu garantias financeiras de, pelo menos, 100 milhões de euros (R$ 640 milhões) para a temporada ao Grupo Eagle.
A Eagle Holding avalou a decisão como "incompreensível". Caso o julgamento desta quinta-feira (10/07) seja novamente desfavorável, o Lyon deverá recorrer junto à Comissão Olímpica Nacional do Esporte e ao Tribunal Administrativo de Paris, uma corte cível, fora do âmbito esportivo.
Quem fica na primeira divisão se o Lyon for rebaixado?
Em caso de rebaixamento do Lyon, quem volta para a primeira divisão é o Reims, 16º colocado na temporada passada, que caiu após derrota por 3 a 1 para o Metz em playoff.
Curiosamente, ao divulgar a tabela da Ligue 1 para a próxima temporada, nos últimos dias, a Federação Francesa incluiu o Lyon. A equipe tem até data de estreia: dia 17 de agosto, contra o Lens, fora de casa.
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