Flávio Rodrigues de Souza: quem é o árbitro que expulsou Léo Jardim e polêmicas do juiz

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O árbitro Flávio Rodrigues de Souza entrou no centro das atenções da rodada do Brasileirão ao expulsar o goleiro do Vasco, Léo Jardim, por conta de cartão amarelo dado por suposta "cera" do atleta. O cartão vermelho em Internacional x Vasco saiu aos 40 minutos do segundo tempo, mesmo com Léo Jardim alegando dores e caído. Já o primeiro amarelo aconteceu aos 22 do segundo tempo.

O Vasco ganhava o jogo por 1 a 0 no momento da expulsão, mas acabou sofrendo o empate por 1 a 1. Ao fim do jogo, o atacante Vegetti, do Vasco, afirmou que "foi um roubo".

Não é a primeira grande polêmica com Flávio Rodrigues de Souza. Saiba mais sobre o árbitro.

Flávio Rodrigues de Souza: carreira e erros

Natural de São Paulo, Flávio Rodrigues de Souza é um dos nomes mais requisitados da arbitragem brasileira na atualidade. Integrante do quadro da Federação Paulista de Futebol (FPF), ele também faz parte do seleto grupo de árbitros FIFA, sendo credenciado a apitar competições internacionais desde 2020.

Flávio iniciou sua carreira no apito ainda jovem, passando pelos cursos de formação da FPF e rapidamente se destacando pela postura firme e preparo físico exemplar. Ao longo dos anos, construiu sua reputação nos campeonatos estaduais, principalmente no Paulistão, antes de ganhar espaço nas divisões nacionais, como a Série B e, posteriormente, a Série A do Campeonato Brasileiro.

A regularidade de suas atuações o levou a ser escalado para clássicos de grande rivalidade e decisões importantes. No cenário nacional, já apitou jogos decisivos da Copa do Brasil, finais do Campeonato Paulista e partidas relevantes do Brasileirão. Também tem sido presença frequente no uso do VAR, alternando entre campo e cabine.

Com a chancela da FIFA, Flávio tem representado o Brasil em competições sul-americanas, como Copa Sul-Americana e Copa Libertadores, atuando como árbitro central e quarto árbitro. Sua experiência também o credencia para possíveis convocações em torneios da FIFA e da Conmebol.

Em 2024, porém, Flávio foi envolvido em dois casos de grande repercussão que levaram a afastamentos por parte da CBF. Já em 2025, o árbitro vive sua segunda polêmica.

2024: afastamentos e erros marcantes

Em 2024, Flávio foi envolvido em dois casos de grande repercussão que levaram a afastamentos por parte da CBF.

O primeiro ocorreu na partida entre Vasco e Grêmio, pela Série A, quando decisões controversas geraram forte pressão da diretoria vascaína. Pouco tempo depois, Flávio se envolveu em um episódio ainda mais delicado: a partida entre Vitória e Fluminense, válida pela 31ª rodada do Brasileirão. O árbitro marcou dois pênaltis para o Vitória — o primeiro anulado pelo VAR, e o segundo, mantido aos 44 minutos do segundo tempo, foi amplamente contestado pelo clube carioca. A CBF decidiu afastá-lo por quatro rodadas, com direito a uma reciclagem técnica. Flávio só voltou a ser escalado na 36ª rodada, em Atlético-MG x Juventude.

Polêmica na semifinal do Paulistão 2025

No Paulistão de 2025, Flávio Rodrigues de Souza foi escalado para a semifinal entre Palmeiras e São Paulo e acabou novamente no centro de uma grande polêmica. O lance determinante foi a marcação de um pênalti em Vitor Roque após dividida com Arboleda, que gerou revolta dos são-paulinos. O árbitro optou por não revisar o lance no monitor do VAR, mesmo com reclamações intensas.

Após a partida, o São Paulo tomou uma atitude drástica: enviou um ofício formal à FPF pedindo a exclusão de Flávio do quadro de árbitros, além de ameaçar não utilizar sua equipe principal no Paulistão de 2026. O documento foi assinado pelo presidente Julio Casares, o diretor Carlos Belmonte e o executivo de futebol Rui Costa.

Repercussão e críticas à FPF

Além de criticar o árbitro de campo, o clube apontou responsabilidade da FPF por escalar o árbitro de vídeo Rodrigo Guarizo do Amaral, que já havia sido afastado pela CBF em 2024. O São Paulo também lamentou declarações do presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, que havia sugerido que a decisão de Flávio era “plausível” e que o goleiro Rafael, do São Paulo, poderia ter evitado a situação.

Nota oficial do São Paulo na íntegra

"Não é incomum, no futebol brasileiro, que os clubes expressem seu desconforto e indignação, inclusive com a apresentação de ofícios e reclamações formais direcionadas às autoridades competentes, em relação a erros de arbitragem que, lamentavelmente, mesmo com o uso da tecnologia e do VAR, são frequentemente verificados.

Mas aqui, o SPFC não se insurge apenas para tratar de uma partida contaminada por erros corriqueiros de arbitragem.

O presente requerimento trata de uma situação inaceitável verificada na partida de ontem, a semifinal do Campeonato Paulista de 2025, que ficará marcada como o maior escândalo de arbitragem no futebol.

Isso porque, na partida de ontem, intencionalmente, assumindo o risco de comprometer o resultado de uma partida acirradíssima, o árbitro de campo, Flávio Rodrigues de Souza, contando com o apoio dos árbitros responsáveis pelo VAR, Rodrigo Guarizo do Amaral e demais ocupantes da cabine de arbitragem, optou por não adotar providência que se mostrava indispensável e essencial, que poderia evitar os danos graves que foram experimentados pelo SPFC, consistente na revisão da marcação de pênalti para a SEP.

Antes de o SPFC prosseguir com suas considerações, no entanto, exige-se que a FPF não busque justificar ou atenuar as falhas dos seus árbitros, mas, sim, admita os seus erros e os danos gerados ao SPFC, comprometendo-se a prontamente adotar as medidas necessárias e urgentes, que serão requeridas ao final deste ofício!

A esse respeito, o SPFC informa que não recebeu bem a declaração apresentada pelo presidente da FPF após a partida de ontem, no sentido de que a Comissão de Arbitragem da FPF teria reputado como “plausível” a decisão dos árbitros, sugerindo indelicadamente que a “culpa” teria sido do goleiro Rafael, que não “chutou a bola para frente”.

Não há plausibilidade em marcar um pênalti inexistente! Plausível seria a FPF imediatamente se desculpar pelo ocorrido, reconhecer suas falhas e se comprometer em melhorar a arbitragem paulista, o que, para espanto do SPFC, não ocorreu!

[...]

[...] após o drible, a dinâmica do lance se apresentou cristalina: enquanto o defensor são-paulino recolhia a sua perna, evitando o contato, o atacante da SEP esticava sua perna, de modo a “se jogar” para simular ter havido uma falta.

E isso não é “só” o SPFC que está afirmando! Todos, repita-se, TODOS (!) os comentaristas de arbitragem e comentaristas das partidas, dos principais veículos de mídia e de jornalismo esportivo, referendaram o caráter manifesto do erro de arbitragem e a inexistência do pênalti.

Mais do que isso. Qualquer pessoa que viu a partida e analisou o lance, que tivesse a mínima noção das regras do jogo, reconheceu que não houve falta.

[...]

O que não se admitirá, no entanto, é que a FPF siga omissa e mais uma vez atenue as graves ocorrências verificadas na partida de ontem. Sendo o que nos cumpria, aguardamos breve posicionamento de V. Sas."

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Flávio Rodrigues de Souza expulsou goleiro em 2024

Curiosamente, Flávio Rodrigues de Souza protagonizou um episódio semelhante em 2024: há cerca de um ano, ele também expulsou o goleiro Gustavo — que à época defendia o Criciúma e atualmente está no Juventude — por demora na reposição de bola.

Naquela ocasião, o lance aconteceu durante um duelo entre Criciúma e Bahia, pelo Campeonato Brasileiro de 2024. Gustavo recebeu o segundo cartão amarelo por cera. A diferença foi que, naquele jogo, um jogador do Bahia percebeu a repetição da infração e avisou o árbitro de que o goleiro já havia sido advertido anteriormente.

No caso específico de Gustavo, ele levou o primeiro amarelo aos 15 minutos do segundo tempo, após cometer uma falta dura em Thaciano. O Criciúma vencia por 2 a 1. Mais tarde, após uma cobrança de falta do Bahia para fora, Flavio Rodrigues aplicou o segundo amarelo por cera. O atacante Everaldo, do time baiano, foi quem alertou o árbitro de que o goleiro já estava pendurado.

Já Léo Jardim foi punido pela primeira vez aos 24 minutos da etapa final, por retardar a cobrança de um tiro de meta. Depois, aos 38 minutos, voltou a atrasar o reinício do jogo e acabou recebendo o segundo cartão amarelo, sendo consequentemente expulso.

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