Cresceu, nos bastidores do Corinthians, a possibilidade de o clube se tornar uma SAF. A questão virou pauta por causa dos problemas que estão gerando crises financeira e institucional no Timão, ligadas à gestão de Augusto Melo.
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O Corinthians vai virar empresa?
Membros importantes e em cargos elevados do clube se disseram favoráveis a adotar um modelo de gestão semelhante ao aplicado no Green Bay Packers, time de futebol americano da NFL, dos Estados Unidos. Lá, os torcedores compram cotas de participação, transformando o clube em uma espécie de cooperativa, com a torcida como proprietária. Porém, essa ideia enfrenta bastante resistência dentro do clube.
Paulo Roberto Bastos, membro do Conselho de Orientação (CORI), acredita que a gestão problemática é a principal causa dos problemas financeiros e que a mudança de modelo não resolveria essas questões.
"O que gera o esgotamento do modelo associativo é a gestão. Virar SAF não vai mudar nada. Sou advogado que lida com falências e sei que uma SAF mal gerida vira falência", ponderou.
Já Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo, foi categórico: “SAF nunca”.
Gaviões da Fiel se posiciona
A principal torcida organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel, também se mostrou contrária à ideia. Alexandre Domênico Pereira, presidente da organizada, ressaltou que o clube jamais poderia ser transformado em uma SAF.
Ele destacou que o Corinthians, de 1910, foi fundado por operários e que o necessário para o momento seria uma mudança no estatuto da organização.
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Críticas à gestão atual
A ideia de SAF chega ao Corinthians em um momento de intensa crítica à gestão atual. Recentemente, o Conselho Deliberativo reprovou as contas do primeiro ano de Augusto Melo.
Com isso, o presidente do Timão sofreu o terceiro pedido de impeachment, protocolado na última segunda-feira (5), em menos de um ano de mandato.
A nova solicitação foi feita por Paulo Roberto Bastos, conselheiro e membro da Chapa 82, e tem como base a recente reprovação das contas do clube referentes ao exercício de 2024, primeiro ano de gestão.
Essa reprovação contábil permite a abertura formal de um processo de destituição do presidente, o que coloca o mandato de Augusto Melo em risco direto.