A FIA anunciou algumas mudanças para o calendário de 2026 da Fórmula 1. A mais impactante foi que a temporada de treinos antes da estreia será aumentada. Pela primeira vez desde 2023, a pré‑temporada não ocorrerá apenas em Sakhir, no Bahrein, mas também em Barcelona, na Espanha. Ao todo, serão três eventos de testes, totalizando seis dias de atividades em pista, divididos entre os dois circuitos.
Essa ampliação tem como objetivo auxiliar na adaptação dos times às mudanças previstas no regulamento técnico. Com novas regras aerodinâmicas e uma reformulação das unidades de potência, as equipes terão mais tempo para calibrar os carros.
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GP do Azerbaijão com corrida principal no sábado
O GP do Azerbaijão foi remanejado no calendário que havia sido oficialmente divulgado no começo de junho, para evitar confrontos com o feriado nacional do país.
No dia 27 de setembro, que cairá em um domingo em 2026, o país celebra o Dia da Memória (Yadigar Günü), uma homenagem aos mortos na Guerra de Nagorno-Karabakh de 2020.
Nesse caso, as atividades começarão na quinta-feira, dia 24 de setembro, e seguirão normalmente na sexta, 25, culminando na corrida principal no sábado, dia 26.
Panorama geral da temporada
A temporada de 2026 contará com 24 GPs, mantendo o mesmo número de corridas das temporadas anteriores.
Uma das mudanças mais marcantes é a da realização do GP da Espanha, que, a partir de 2026, será em Madri, ao invés de Barcelona.
A parte europeia do campeonato será mais fluida: ela começa em Mônaco no início de junho e só termina em Madri, em meados de setembro, sem interrupções. Isso inclui alterações no posicionamento dos GPs do Canadá e Mônaco para otimizar a logística de deslocamentos.
Além disso, o conflito de datas com outros grandes eventos esportivos será evitado: o GP do Canadá foi adiantado por causa das 500 Milhas de Indianápolis, enquanto o GP da Bélgica será realizado no mesmo dia da final da Copa do Mundo, mas sem sobreposição de horário.
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Mudança de regulamento da Fórmula 1 em 2026
A temporada de 2026 da Fórmula 1 terá mudanças significativas nos regulamentos técnico e esportivo. O objetivo é alinhar a F1 com demandas de sustentabilidade, segurança e competição mais equilibrada.
Um dos pontos mais marcantes será o novo equilíbrio na Unidade de Potência, em que metade da energia utilizada pelos carros será gerada pelo sistema elétrico, igual à parcela do motor à combustão.
A eliminação do MGU-H, componente responsável por converter calor dos gases do escapamento em energia elétrica, muda completamente o processo de recuperação de energia. A partir de 2026, a frenagem se tornará a principal fonte de regeneração por meio do MGU-K, o que gera preocupações em pistas com poucos pontos de frenagem, onde recuperar será mais difícil.
O temor de que os carros fiquem dependentes exclusivamente do motor à combustão em determinados momentos levou a FIA a tomar medidas preventivas. Assim, o regulamento prevê uma série de limites e restrições específicas.
A FIA vai intervir em dois campos principais: aerodinâmica e gerenciamento de energia. Do lado aerodinâmico, será introduzido um conceito de “aerodinâmica ativa”, com o intuito de reduzir o arrasto nas retas. Isso deve ajudar os carros a manter desempenho elevado sem depender liberação elétrica em velocidades altas.
No que diz respeito à recuperação e uso de energia, haverá restrições detalhadas. Um dos novos pontos do regulamento estabelece que a contribuição elétrica começará a diminuir gradualmente a partir de determinada velocidade, sendo completamente desativada acima de 345 km/h. No modo de ultrapassagem, essa faixa será estendida até 355 km/h para permitir mais potência em manobras decisivas.
Além disso, durante classificações, o teto de gastos de energia pode cair de 8MJ (ou 8,5MJ) para 5 MJ em determinados circuitos. Isso tem o objetivo de diminuir estratégias exageradas de regeneração, mesmo em voltas rápidas e secas.
Essas mudanças exigirão uma transformação não apenas nos carros, mas também no estilo de pilotagem. Com a capacidade da bateria permanecendo praticamente a mesma, os pilotos terão que se adaptar ao novo cenário, em que a energia elétrica pode acabar ainda na reta.
Calendário da F1 2026
- 26-30 de janeiro - Pré-temporada 1 (Barcelona)
- 11-13 de fevereiro - Pré-temporada 2 (Bahrein)
- 18-20 de fevereiro - Pré-temporada 3 (Bahrein)
- 6-8 de março - GP da Austrália
- 13-15 de março - GP da China
- 27-29 de março - GP do Japão
- 10-12 de abril - GP do Bahrein
- 17-19 de abril - GP da Arábia Saudita
- 1-3 de maio - GP de Miami
- 22-24 de maio - GP do Canadá
- 5-7 de junho - GP de Mônaco
- 12-14 de junho - GP de Barcelona
- 26-28 de junho - GP da Áustria
- 3-5 de julho - GP da Grã-Bretanha
- 17-19 de julho - GP da Bélgica
- 24-26 de julho - GP da Hungria
- 21-23 de agosto - GP da Holanda
- 4-6 de setembro - GP da Itália
- 11-13 de setembro - GP da Espanha*
- 24-26 de setembro - GP do Azerbaijão
- 9-11 de outubro - GP de Cingapura
- 23-25 de outubro - GP dos Estados Unidos
- 30 de outubro a 1 de novembro - GP do México
- 6-8 de novembro - GP do Brasil
- 19-21 de novembro - GP de Las Vegas
- 27-29 de novembro - GP do Catar
- 4-6 de dezembro - GP de Abu Dhabi
*Sujeito à homologação do circuito pela FIA.